Os terríveis 2 anos!
Quem és tu e o que fizeste ao meu bebé?!
Um bebé de sonho: come bem, faz noites de sono maravilhosas, calminho, não dá trabalhinho nenhum. Até que… faz dois anos! E assim começam os terríveis 2.
Nós, que éramos a mãe perfeita (até termos filhos) quando víamos uma birra monumental no supermercado, abanávamos a cabeça condescendentes e murmurávamos em surdina um “Se fosse meu filho! Eu cá não acredito em birras, acredito em falta de educação.”
Ora toma!
Bamm! Toma lá uma princesa arreliada que bate com o pé, que não quer aquelas calças, mas depois já quer, que quer o leite na chávena amarela, não! Na azul! Que não quer vestir o casaco. Que não quer fazer xixi! Que quer conduzir o teu carro. Que faz da ida ao supermercado a apoteose do teu dia, com um espetáculo digno de um drama grego, tudo porque disseste “Não.” quando queria trazer para o carrinho a ultima moda em pensos para a incontinência.
Mãe, pai, e toda a gente no raio que alcança a potência vocal do garoto/a sejam bem-vindos à adolescência da infância (se é que isto faz algum sentido) aos terrible two (os abomináveis terríveis 2) ou simplesmente à fase das birras.
Esta fase, diz quem sabe, pode acontecer entre os 18 meses e os 3 anos de idade.
Dizem os livros que corresponde a um período em que a criança começa a desenvolver comportamentos de oposição, desafiando deliberadamente as solicitações dos pais. É perfeitamente normal e (quase) todas as crianças passam por isso, se bem que uns dêem só um saltinho ao “lado negro da força”.
Ou seja, é normal, é tudo normal. Mas o que fazemos nós pais perante este cenário? Ignoramos? Ralhamos? Fazemos birra com eles (sei de uma avó que ameaçou deitar-se no chão do supermercado com o neto! Não vou dizer que é minha mãe, e o puto é meu filho, para não parecer mal)? O que fazemos?
Ora, vamos lá a ver, imaginem lá que todos os dias alguém vos vestia, mesmo que já soubéssemos como nos vestir? Ou que alguém nos obrigava a comer sopa a todas as refeições? Que nos sentava numa cadeira no carro, quando alegremente outra pessoa o conduzia?
Pois… o nosso bebé, já não o é tanto assim. Aos dois anos já quer ser um mini-crescido, tem a personalidade formada, já sabe o que gosta e o que não gosta, e nós? Nós teimamos em ser pais: em deitá-los a horas certas, em dar-lhes comida, em vesti-los, em não os deixar ir para a rua só de body e sapatilhas e saltar naquelas poças de água tão fixes que parecem piscinas ali mesmo à mão.
Caros pais, estamos todos no mesmo barco! Um conselho: paciência, muita paciência. A pouco e pouco dar autonomia aos nossos mini-ditadores. Ajudar nas suas decisões, levantar a asa para que possam experimentar um bocadinho deste mundo. Deixá-los começar a deixarem de ser bebés.
Ah! e outro conselho, quando a casa sossega? Relaxem! Nunca se sabe quanto tempo vai durar. May the force be with you!
Andreia Mendes